reviews de séries
Westworld S03x01: Parce Domine | Review
18 de março de 2020
Com Spoilers
O tão esperado regresso da série Westworld chegou a Portugal na passada segunda-feira, mas desta vez de uma forma mais linear, sem linhas de tempo, para que não restem muitas dúvidas no final de cada episódio. Se por um lado isso era uma das coisas que mais caracterizava a série, a verdade é que muitos espectadores desistiam a meio por não conseguirem acompanhar a linha temporal. Talvez seja esse o motivo para a escolha dos realizadores para o novo rumo da série, mas também há que relembrar que ainda só vamos no primeiro episódio.
Com a season premiere intitulada de "Parce Domine", encontramos uma referência a um cântico católico romano que se traduz em "Poupe o vosso povo, senhor". Assim como o título, a nova abertura da série apresenta-nos várias referências religiosas e mitológicas como por exemplo "A Criação de Adão" de Michelangelo (o famoso quadro dos dedos a encontrarem-se) e o mito de Ícaro, onde este desobedece o seu pai ao voar perto do sol, acabando por ver as suas asas queimadas, como é representado na abertura com uma águia a voar em direção à luz com as suas penas a desaparecerem.
"Habitando em neo-Los Angeles, Dolores desenvolve um relacionamento com Caleb e aprende como os seres artificiais são tratados no mundo real."
Nesta temporada temos também a visão humana no "mundo real" que nos é apresentada por Caleb (Aaron Paul), um trabalhador infeliz que busca algo mais numa aplicação bem ao estilo do filme "Nerve" de Henry Joost e Ariel Schulman, onde o utilizador aceita fazer serviços arriscados em troca de dinheiro. A sua adição na série provavelmente fará com que Dolores compreenda que nem todos os humanos "são maus", que também eles têm os seus problemas e quem sabe se não estaremos a falar de um possível casal.
Por outro lado temos agora Charlotte (Tessa Thompson) - que na realidade é outra pessoa no corpo de Charlotte - na procura de Bernard (Jeffrey Wright) que tem agora uma nova identidade e um novo emprego, escondendo-se da empresa Dellos uma vez que esta o culpa de matar as pessoas no parque de diversões. Quanto a quem está no corpo de Charlotte, ainda não tenho uma boa teoria mas segundo as cenas do próximo episódio, acredito que seja uma pessoa "bastante querida" da Dolores. Já em relação a Bernard, temos a certeza que este é um anfitrião e conseguimos ver o seu comando, que controla a sua personalidade mais agressiva, em ação.
Resumindo, este episódio foi um ótimo começo de temporada com várias explicações do que se sucede e com a apresentação do um "mundo real" futurista muito bem pensado e concretizado. Não posso também deixar de falar no vestido 2 em 1 da Dolores, que segunda a atriz no Twitter, foi feito sem CGI! Incrível.
Devs S01x01 | Review
11 de março de 2020
Sem Spoilers
"Devs" é a nova mini-série da HBO, com episódios lançados semanalmente, que penso ter vindo para "substituir" o lugar que Mr. Robot deixou com a sua última temporada, na minha lista de séries para ver sobre tecnologia e ficção científica misturado com um bocadinho de "WTF???". Pelo menos pelo que vi no primeiro episódio...
Com um total de oito episódios, o mais recente projeto de Alex Garland - realizador de "Ex Machina" - tem duração de 60 minutos por episódio e conta com Sonoya Mizuno, Nick Offerman e Jin Ha no seu elenco.
"Uma engenheira informática investiga a divisão secreta de desenvolvimento da sua empresa, que acredita estar por detrás do desaparecimento do seu namorado."
O episódio começa por nos introduzir Lily Chan (Sonoya Mizyuno), uma criptógrafa na empresa tecnológica Amaya, e o seu namorado Sergei (Karl Glusman) que também trabalha na mesma empresa mas na área de inteligência artificial. Com a promoção de Sergei na empresa, é que os problemas começam a aparecer... ou a desaparecer neste caso. A partir daqui a história segue então o rumo de Lily na busca de tentar perceber o que aconteceu com o seu namorado.
A mini-série apresenta um episódio piloto bastante bom, que nos prende ao ecrã e enche o coração dos amantes de tecnologia. Para além disso, ainda nos deixa a reflectir sobre o livre-arbítrio e o determinismo, relacionando-o com o avanço tecnológico. Tudo o que um amante de sci-fi precisa!!
Sex Education S02 | Review
21 de janeiro de 2020
Sem Spoilers
A segunda temporada de Sex Education estreou no dia 17 de Janeiro na Netflix e conta com um total de oito episódios, assim como na primeira temporada, com cerca de 50 min. cada.
Depois do fim desconcertante da primeira temporada, a série comprometeu-se a trazer um novo rumo para Otis (Asa Butterfield), com a sua namorada Ola (Patricia Allison) e longe de Maeve (Emma Mackey), e deixou em aberto o que aconteceria à relação de Eric (Ncuti Gatwa) e Adam (Connor Swindells) após a sua ida para o exército.
Não me vou alongar muito quanto a detalhes porque não vos quero dar spoilers desta nova temporada mas posso já começar por dizer que me agradou mais do que a primeira. Claro que eu já tinha gostado da temporada anterior senão não teria voltado para ver a segunda, mas sinto que desta vez todas as personagens evoluíram muito. É impossível não gostar da grande maioria dos personagens e é muito fácil nos identificar-mos com algum deles, uma vez que esta série tenta (e consegue) ser o mais inclusiva possível e com cenas tocantes (sim, há uma cena semelhante à cena icónica da primeira temporada). Tenho que destacar principalmente a Aimee (Aimee Lou Wood) nesta temporada como uma das minhas personagens favoritas (e com quem me consigo identificar um pouco) e por incrível que pareça, o Adam também. Todo o casting é muito bom e eu acho mesmo que esse é um dos pontos fortes desta série (não esquecendo o guarda-roupa!! contrasta super bem com as cores da série).
Para além disso, ela tem um grande objetivo - educar-nos sexualmente - e não só cumpre-o na perfeição como ainda abrange outros grandes tabus como solidão, amor próprio, drogas, etc... Acho importante haver uma série deste género acessível aos adolescentes, mas às vezes a parte de ser uma série fica um pouco para trás quando se inserem tantas estatísticas num diálogo. Eu percebo que a série nos queira entregar o máximo de informação possível, mas isso pode acabar por estragar um pouca a experiência "televisiva". Ainda assim não foi isso que não me fez gostar desta temporada. Aliás, não houve nada de negativo que eu possa apontar. Nem mesmo o próprio final, como já vi algumas pessoas a queixarem-se por aí. Às vezes o importante não é propriamente como a história "acabou" mas sim como tudo aconteceu. E sim, há cliff hanger para a terceira temporada por isso não tardará muito para ser anunciada.
Pontuação: 9/10
You S02 | Review
7 de janeiro de 2020
A segunda temporada de You chegou na última semana de Dezembro de 2019 à Netflix para nos trazer uma continuação daquela que seria a história de amor mais obsessiva da televisão, apesar da primeira já estar bem contada e sem muitas pontas soltas. Desta vez baseada no livro "Hidden Bodies" de Caroline Kepnes, esta temporada decide dar um novo recomeço a Joe Goldberg (Penn Badgley) em Los Angeles, mas um encontro inesperado acaba por lhe trocar as voltas.
Apesar da série abordar um assunto sensível e polémico, é importante não esquecer que estamos a falar de uma ficção e que, mesmo com a série tentando nos mostrar um lado bom de Joe e as suas motivações, ele não deixou de matar uma pessoa na última temporada. Ou seja, ele não é uma vítima, o que para mim ficou bem claro na primeira temporada. Já nesta nova, poderão surgir alguns momentos em que nos sentimos mais sensibilizados com a personagem, mas logo a seguir o Joe faz mais alguma das dele, relembrando-nos da pessoa obsessiva e do stalker que ele também é.
Ainda assim, esta nova temporada adiciona personagens muito boas e importantes para o enredo como Love Quinn (Victoria Pedretti) e a as adoradas irmãs Ellie (Jenna Ortega) e Delilah (Carmela Zumbado), tornando a história mais interessante e surpreendente. Não esquecendo também de Penn Badgley, o Dan Humphrey de Gossip Girl e principal motivo que me levou a ver esta série assim que estreou, que nos apresenta uma interpretação emotiva e protagoniza as melhores cenas da série.
No entanto, surgem algumas dúvidas nesta temporada como por exemplo, se ele se mudou para Los Angeles, como é que ele ia até à "jaula" tão depressa? Para além de que, esperava ter visto mais interferência da Candace (Ambyr Childers) na história já que ela era uma das ex-namoradas de Joe e conhecia todo o seu passado negativo. Mas olhando a série como um todo, e ignorando esses pequenos detalhes, esta temporada supera a primeira e deixa-nos com um enorme cliffhanger para a terceira temporada que com certeza irei ver.
The Crown S03 | Netflix Review
27 de novembro de 2019
A terceira temporada de The Crown estreou este mês na Netflix mas desta vez trouxe-nos um elenco diferente. O tempo toca a todos, e já fazia sentido mostrar a família real numa idade mais avançada e consequentemente isso iria se refletir nos atores, mas a série conseguiu fazer essa transição com bastante subtileza. No primeiro episódio, vemos a rainha a debater-se com o novo e o antigo na arte, como se fosse uma metáfora para a idade da mesma (ou entre as duas atrizes) e como o tempo pode mudar uma pessoa.
Se há coisa que nesta série é muito boa, para além dos cenários e cinematografia, é a escolha do elenco. Não só os atores são muito parecidos com a família real na altura, como nos proporcionam cenas dignas de Emmys. Toda a gente estava bastante ansiosa para ver Olivia Colman como Rainha Elizabeth II, mas confesso que os meus episódios favoritos da temporada foram protagonizados por Helena Bonham Carter como princesa Margaret e Josh O'Connor como príncipe Charles.
Para além de toda a história da Inglaterra, o que mais me leva a querer ver esta série é o lado mais pessoal da realeza e o que acontece dentro daquelas quatro paredes enormes e cheias de ornamentos em ouro. Daí ter gostado tanto do episódio do príncipe Charles, porque foi possível ficar a conhecer um pouco mais da Rainha Elizabeth II como mãe e o porquê das polémicas relacionadas com Charles Windsor.
A adição de personagens como a princesa Anne interpretada por Erin Doherty e a princesa Alice, mãe de Philip, interpretada por Jane Lapotaire também enriqueceram a série e mostraram-nos duas pessoas da família real bastante diferentes do que estamos habituados. Uma com uma personalidade mais terra à terra e inteligente e a outra com um passado tocante.
Na minha opinião, esta é uma das melhores séries da Netflix (e com certeza das mais caras) que valem a pena serem assistidas prestando atenção em cada detalhe e respiração da rainha.
The End of F***ing World S02 | Netflix Review
13 de novembro de 2019
Sem Spoilers
Na minha review da 1ª temporada, tinha dito que apesar da série ser esteticamente muito bonita, não tinha gostado lá muito dela porque a Alyssa era irritante e insuportável. E o James não era muito melhor. Só mais para o fim da temporada é que comecei a gostar dele. Logo, já tinha em mente em que não iria ver a próxima temporada, mas quando vi a Alyssa vestida de noiva, fiquei curiosa e decidi dar uma oportunidade. Excelente decisão. Esta temporada superou a 1ª (na minha opinião, claro).
Conseguiram trazer uma história relacionada com a 1ª temporada e com um enredo viciante. E apesar de terem adicionado personagens novas, conseguiram manter o protagonismo do James e da Alyssa e ainda assim tornar a "personagem-nova-principal" interessante. O que por norma não costuma acontecer, como é o caso de 13 Reasons Why.
Ao início fiquei surpreendida com a Alyssa porque apesar de ainda continuar a reclamar com o mundo, estava mais engraçada e não tão irritante. Logo logo percebi que tal se devia ao facto de ainda não ter estado com o James, mas pelo menos desta vez havia um motivo. Na 1ª temporada tinha impressão que ela era mais desagradável, mesmo com as outras pessoas, ou então decidiram torná-la mais "suportável" nesta temporada, o que eu achei ótimo.
Nesta temporada destacaram-se os diálogos (e monólogos) das personagens que deixava-nos muitas vezes com algo a refletir. Também a prestação de Alex Lawther (James), Jessica Barden (Alyssa) e Naomie Ackie (Bonnie) foram incríveis nesta temporada e as personagens em si foram bem desenvolvidas. Sem falar da banda sonora e cinematografia estilo indie que já eram muito boas na temporada passada e assim continuaram. Contrariando a 1ª temporada, o final não deixou nenhum cliffhanger o que por um lado é bom porque temos acesso à história completa mas por outro deixa-nos com poucas pistas para uma 3ª temporada.
Resumindo, a temporada teve uma boa introdução, desenvolvimento e conclusão e conseguiu trazer uma história que nos deixava sempre a querer ver mais. Se gostaram da 1ª temporada, vão com certeza gostar desta também.
Dickinson | Apple TV+ Review
7 de novembro de 2019
Dickinson é outra das séries publicadas no lançamento da nova plataforma de streaming Apple TV+, que conta já com a temporada, de 10 episódios, completa e com cerca de 30 minutos cada. Esta série é uma comédia dramática que conta a história de Emily Dickinson, uma jovem poetisa do século XIX, mas com pensamentos "avançados" para a sua época, tornando-a numa jovem rebelde que encontrará na sua família e sociedade, alguns obstáculos.
Hailee Steinfeld foi a atriz escolhida para interpretar Emily Dickinson e na minha opinião, foi uma ótima escolha. A atriz mostra-nos uma jovem sonhadora, divertida e irreverente que tem como objetivo ser escritora numa época em que as mulheres tinham pouca liberdade. Apesar de a série mostrar este lado de uma jovem que pretende ser livre, deixa-nos também a pensar que naquela altura talvez nem todas as mulheres quisessem esse tipo de liberdade e se sentissem úteis a desempenhar o papel de dona de casa. Claro que não estou a dizer que concordo com isso, mas acho interessante vermos os dois lados.
Uma das coisas em que a série acertou, foi também no facto de em todos os episódios apresentar vários versos de poemas de Emily, enquandrando-os na história que está a ser contada, permitindo-nos conhecer um pouco sobre o trabalho da poetisa (para quem assim como eu, não conhecia). Outro ponto que também me agradou foi a escolha da banda sonora que contrasta perfeitamente as músicas da atualidade com a história da época do século XIX.
Resumindo, achei uma série divertida, leve e com bom ritmo que nos permite ver vários episódios seguidos sem nos cansarmos. Se estão à procura de algo deste género e se gostam de séries de época, recomendo vivamente.
Pontuação: 7/10
See S01 E01-E03 | Apple Tv+ Review
5 de novembro de 2019
See é uma das séries disponíveis na nova plataforma Apple Tv+ que veio para fazer concorrência à Netflix. Se vai conseguir? Isso já não sei... Os preços são competitivos mas achei a plataforma pouco user-friendly e ainda com pouco conteúdo por isso o mais aconselhável por agora é ficarem-se pela semana grátis, como eu fiz.
A série é um drama sci-fi que tem como guionista Steven Knight (também produtor de Peaky Blinders) e conta com Jason Momoa no seu elenco principal.
A Apple Tv+ disponibilizou três episódios desta nova série e irá lançar os restantes semanalmente até um total de 8 episódios, por isso ainda vão a tempo!
A história trata-se de uma distopia onde o ser humano perdeu o sentido da visão e necessita de encontrar novas formas de sobreviver em sociedade, surgindo um novo desafio quando um casal de gémeos nasce com visão.
Eu assisti os três episódios e tenho a dizer que a Apple foi esperta em disponibilizar logo três episódios porque não sei se após ver apenas o primeiro episódio iria voltar na semana seguinte. Os dois primeiros episódios servem para nos introduzir na história mas achei-os um pouco lentos. Agora o terceiro episódio sim, conquistou-me. Tenho visto algumas reviews que dizem que está série é uma mistura de Vikings com The 100. Quanto a Vikings não posso falar porque ainda não vi, mas consigo encontrar algumas semelhanças com The 100, e sendo esta uma das minhas séries favoritas (ou a), estou com grandes expectativas para See.
A história é bastante interessante e as lutas entre eles dão aquele nózinho na barriga porque se fosse eu andava a matar o ar. Ainda assim o elenco está bastante realista na representação sem a visão. Principalmente o Jason Momoa que faz uma personagem meio Khal Drogo, mas mais familiar.
Em resumo, parece-me uma série promissora com uma boa história, boa cinematografia e boas lutas. Vou sem dúvida ver os próximos episódios.
Modern Love S01 | Serie Review
25 de outubro de 2019
Modern Love é uma série que saiu recentemente na Amazon Prime Video, escrita por John Carney e que está cheia de caras conhecidas! A história é baseada na coluna semanal do jornal The New York Times que contava pequenas histórias de amor atuais e passadas em Nova Iorque. Assim sendo, a série está dividida em 8 episódios, onde cada episódio de 30 minutos, retrata uma dessas histórias.
Começo já por dizer que apesar de ser uma série romântica, as histórias contadas não são nada clichê! E por histórias de amor não estamos a falar necessariamente de um casal de namorados. E isso foi uma das coisas que mais me agradou nesta série. Para além do elenco, claro.
Como cada episódio é uma história, é provável que haja uns que gostamos mais e outros menos. E foi o que aconteceu comigo. Comecei logo a série a chorar horrores com o primeiro episódio. Foi das histórias de romance mais bonitas que já vi e acredito que até a pessoa mais coração de pedra vá se emocionar. Eu sei, estou a pôr as expectativas bem lá em cima... mas foi sem dúvida o meu episódio favorito. E ainda por cima é interpretada pela Tracy de How I Met Your Mother, como não amar?
Mas vá, não é só o primeiro episódio que merece atenção. Os três primeiros e os dois últimos são muito bons. Digo isto porque lá para o meio houve alguns que não me prenderam muito, mas não deixam de ser histórias interessantes e não muito comuns nas séries de hoje em dia.
Pontuação: 8,5
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